
Um jovem, muito inteligente, certa feita se aproximou de Chico Xavier e indagou-lhe:
Chico, eu quero que você formule uma pergunta ao seu guia espiritual,
Emmanuel, pois eu necessito muito de orientação. Eu sinto um vazio enorme dentro do meu
coração. O que me falta, meu amigo?
Eu tenho uma profissão que me garante altos rendimentos, uma casa muito
confortável, uma família ajustada, o trabalho na Doutrina Espírita como médium,
mas sinto que ainda falta alguma coisa. O que me falta, Chico?
O médium, olhando-o profundamente, ouviu a voz de Emmanuel que lhe respondeu:
Fale a ele, Chico, que o que lhe falta é a “alegria dos outros”! Ele vive sufocado com muitas coisas materiais. É necessário repartir,distribuir para o próximo… A alegria de repartir com os outros tem um poder superior, que proporciona a alegria de volta àquele que a distribui. É isto que está lhe fazendo falta, meu filho: a “alegria dos outros”.
Será que já paramos para refletir que todas as
grandes almas que estiveram na Terra, estiveram intimamente ligadas com algum
tipo de doação?
Será que já percebemos que a caridade esteve presente na vida de todos esses
expoentes, missionários que habitaram o planeta?
Sim, todos os Espíritos elevados trazem como objetivo a alegria dos outros.
Não se refere o termo, obviamente, à alegria passageira do mundo, que se
confunde com euforia, com a satisfação de prazeres imediatos.
Não, essa alegria dos outros, mencionada por Emmanuel, é gerada por
aqueles que se doam ao próximo, é criada quando o outro percebe que nos
importamos com ele.
É quando o coração sorri, de gratidão, sentindo-se
amparado por uma força maior, que conta com as mãos carinhosas de todos os
homens e mulheres de bem.
Possivelmente, em algum momento, já percebemos como nos faz bem essa alegria
dos outros, quando, de alguma forma conseguimos lhes ser úteis, nas
pequenas e grandes questões da vida.
Esse júbilo alheio nos preenche o coração de uma forma indescritível.
Não conseguimos narrar, não conseguimos colocar em
palavras o que se passa em nossa alma, quando nos invade uma certa paz de
consciência por termos feito o bem, de alguma maneira.
É a Lei maior de amor, a Lei soberana do Universo, que da varanda de nossa
consciência exala seu perfume inigualável de felicidade.
Toda vez que levamos alegria aos outros a consciência nos abraça, feliz e
exuberante, segredando, ao pé de ouvido:
É este o caminho… Continue…
* * *
Sejamos nós os que carreguemos sempre o amor nas
mãos, distribuindo-o pelo caminho como quem semeia as árvores que nos farão
sombra nos dias difíceis e escaldantes. Sejamos os que carreguemos o amor nos
olhos, desejando o bem a todos que passam por nós, purificando a atmosfera tão pesada
dos dias de violência atuais.
E lembremos: a alegria dos outros construirá a nossa felicidade.
Redação do Momento Espírita, com base em relato sobre episódio da vida de Francisco Cândido Xavier.